Ao longo da história da moda, as cores tingem causas e movimentos, contando histórias de classe e de auto-expressão. "A cor da roupa, especialmente as cores vivas, saturadas e vibrantes, costumava ser altamente simbólica e refletia o status de quem as vestia", disse Alexandra Loske, historiadora de arte, curadora do Royal Pavilion & Brighton Museums e autora do livro Color: Uma história visual.
Desde a antiguidade, várias técnicas foram usadas para tingir tecidos com corantes naturais. Ao observar tecidos de roupas ou tapetes com cores tão bem preservadas em museus, é fácil constatar que é possível optar por uma moda sustentável e autoral criada com uso de tingimento natural e garantir a qualidade no resultado e a durabilidade dos tons escolhidos.

Antes de 1856, quando os corantes sintéticos começaram a ser usados no mundo da moda, os tecidos eram tingidos com corantes obtidos de fontes animais, vegetais ou minerais, com pouco ou nenhum processamento. Cabe ressaltar que a maior fonte de corantes vem do reino vegetal, principalmente raízes, bagas, cascas, folhas e madeira.
Além dos corantes vegetais, há corantes minerais oriundos de ferro e de cobre e também de origem animal, como o cochonilha, provenientes de insetos. Um dos mais antigos corantes é o púrpura tíria (tyrian purple), extraído da secreção caramujos marinhos, provavelmente produzido pela primeira vez pelos antigos fenícios, há mais de 5.000 anos.

A Afroricky usa apenas corantes naturais de origem vegetal e mineral em suas coleções. Uma decisão para o caminhar na rota de moda mais sustentável, o que inclui uso de recursos locais, de insumos a mão-de-obra de trabalhadores da comunidade em Maputo, em Moçambique. Para a estilista Ricância Agira, tem sido uma experiência criativa surpreendente. “Os corantes naturais podem variar o resultado, depende do tipo de solo e do clima em que as plantas foram cultivadas”. Ela diz isso a partir diálogos com Flávia Aranha, em São Paulo, no Brasil, e em Maputo, em Moçambique, com a pesquisadora Elza Teixeira Gomes.

Entre as descobertas a partir de estudos, Agira explica um dos mitos é de que as plantas produzem apenas cores pálidas. “Isso é um equívoco. Várias plantas produzem cores pálidas, mas há as que produzem corantes em tons vibrantes de azuis, verdes, vermelhos e amarelos que podem durar realmente muito tempo”. A estilista esclarece que o segredo de cores vivas e duradouras é uma boa preparação.
Para um resultado de qualidade, os fios e os tecidos precisam estar devidamente limpos antes de serem tingidos. Também são necessários mordentes para fixar as cores. Mordente é uma substância associada ao tingimento com a função específica de manter a durabilidade da cor, conferindo maior resistência às lavagens e exposição ao sol.

Ao contrário da indústria que usa mordente químico poluente, o tingimento natural pode ser associado ao mordente de origem vegetal, como o tanino (substância extraída da casca de algumas plantas) ou mineral como alúmen de potássio, cloreto estânico e sulfato ferroso que são seguros ao meio ambiente. Para se ter uma ideia, o alúmen pode ser usado no tratamento de água potável e o creme de tártaro é usado em alimentos, como bolos.
Em seu processo de desenvolvimento com tingimentos naturais, a estilista dá passos largos na transição da produção do seu ateliê. E prepara a coleção que deve pavimentar a sua trajetória: a moda sustentável.
Desde a antiguidade, várias técnicas foram usadas para tingir tecidos com corantes naturais. Ao observar tecidos de roupas ou tapetes com cores tão bem preservadas em museus, é fácil constatar que é possível optar por uma moda sustentável e autoral criada com uso de tingimento natural e garantir a qualidade no resultado e a durabilidade dos tons escolhidos.

Antes de 1856, quando os corantes sintéticos começaram a ser usados no mundo da moda, os tecidos eram tingidos com corantes obtidos de fontes animais, vegetais ou minerais, com pouco ou nenhum processamento. Cabe ressaltar que a maior fonte de corantes vem do reino vegetal, principalmente raízes, bagas, cascas, folhas e madeira.
Além dos corantes vegetais, há corantes minerais oriundos de ferro e de cobre e também de origem animal, como o cochonilha, provenientes de insetos. Um dos mais antigos corantes é o púrpura tíria (tyrian purple), extraído da secreção caramujos marinhos, provavelmente produzido pela primeira vez pelos antigos fenícios, há mais de 5.000 anos.
A Afroricky usa apenas corantes naturais de origem vegetal e mineral em suas coleções. Uma decisão para o caminhar na rota de moda mais sustentável, o que inclui uso de recursos locais, de insumos a mão-de-obra de trabalhadores da comunidade em Maputo, em Moçambique. Para a estilista Ricância Agira, tem sido uma experiência criativa surpreendente. “Os corantes naturais podem variar o resultado, depende do tipo de solo e do clima em que as plantas foram cultivadas”. Ela diz isso a partir diálogos com Flávia Aranha, em São Paulo, no Brasil, e em Maputo, em Moçambique, com a pesquisadora Elza Teixeira Gomes.
Entre as descobertas a partir de estudos, Agira explica um dos mitos é de que as plantas produzem apenas cores pálidas. “Isso é um equívoco. Várias plantas produzem cores pálidas, mas há as que produzem corantes em tons vibrantes de azuis, verdes, vermelhos e amarelos que podem durar realmente muito tempo”. A estilista esclarece que o segredo de cores vivas e duradouras é uma boa preparação.
Para um resultado de qualidade, os fios e os tecidos precisam estar devidamente limpos antes de serem tingidos. Também são necessários mordentes para fixar as cores. Mordente é uma substância associada ao tingimento com a função específica de manter a durabilidade da cor, conferindo maior resistência às lavagens e exposição ao sol.
Ao contrário da indústria que usa mordente químico poluente, o tingimento natural pode ser associado ao mordente de origem vegetal, como o tanino (substância extraída da casca de algumas plantas) ou mineral como alúmen de potássio, cloreto estânico e sulfato ferroso que são seguros ao meio ambiente. Para se ter uma ideia, o alúmen pode ser usado no tratamento de água potável e o creme de tártaro é usado em alimentos, como bolos.
Em seu processo de desenvolvimento com tingimentos naturais, a estilista dá passos largos na transição da produção do seu ateliê. E prepara a coleção que deve pavimentar a sua trajetória: a moda sustentável.